Quando pensamos no bairro Santa Felicidade, em Curitiba,
lembramos de frango, polenta, massas, vinho e chocolate. Mas o trabalho de uma
empresária curitibana está começando a atrair a atenção dos turistas também
para os queijos produzidos na região.
É em Santa Felicidade que está localizada a queijaria
urbana Vaca Profana, comandada pela ex- publicitária Maristela
Dalla Lasta.
A história da Mari com os queijos começou durante a
pandemia. Com uma carreira consolidada na publicidade, ela precisou reforçar a
renda no período em que todos estavam em casa e aproveitou sua conexão com a
cozinha para vender potes de temperos. Um dos produtos era a coalhada de kefir.
“Era tanto kefir que decidi fazer um queijo. Assisti a um
tutorial na internet, comprei leite direto de um produtor da região de Curitiba
e comecei”, conta.
Começou e não parou mais. Fez mais de dez cursos, optou por
usar apenas insumos naturais na produção, associou-se à AproQueijoPR e passou a
criar queijos que, segundo ela, têm identidade curitibana.
Um dos destaques é o 041, um queijo feito com leite cru,
fermentos autóctones e mofos selvagens, que carrega o terroir de Curitiba. São
30 dias de maturação, com massa amanteigada, frutada e notas minerais na casca.
“Sou apaixonada por Curitiba e o meu trabalho com queijos
reflete essa paixão. Por isso, sempre convido o prefeito Eduardo Pimentel para
conhecer o meu trabalho e ver de perto que temos um produto do qual todo
curitibano pode se orgulhar”, afirma.
E os prêmios vieram para confirmar esse orgulho.
Recentemente, Maristela conquistou ouro, prata e bronze no VIII Prêmio Queijo
Brasil, o maior concurso de queijos artesanais do país, realizado em Blumenau,
Santa Catarina.
Ouro – Queijo Trufas de Gorgonzola, um
queijo azul feito com cepas próprias, além de um queijo autoral banhado em
chocolate branco
Prata – Queijo Novelinho da Vovó, inspirado em um queijo
mexicano com formato de novelo
Bronze – Queijo Brunost na versão tropical Paranost, feito com
soro de leite whey protein puro
Mais um ponto turístico da cidade
Hoje, a empresária vende os queijos diretamente na fábrica,
mas já deu entrada no SIM (Serviço de Inspeção Municipal). Em breve, poderá
vender para outros estabelecimentos e também receber turistas de forma mais
estruturada.
“Logo teremos os queijos no circuito gastronômico de Santa
Felicidade. Queijos feitos com leite, amor, tempo, mãos e risos”, brinca Mari.
Apoio ao empreendedorismo
Para o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e
Inovação, Paulo Martins, histórias como a da queijaria são uma inspiração e
mostram que, ao apostar em produtos locais, os empreendedores podem alcançar
grande sucesso.
“Queremos cada vez mais criar um ambiente de crescimento
para essas pequenas empresas. São elas que movimentam a economia e garantem
emprego para muitas pessoas”, afirma o secretário.
Paulo Martins também destaca o valor dessas trajetórias para
quem sonha empreender. “Histórias como a da Maristela são combustível para
novos negócios. Elas mostram que, com criatividade, coragem e apoio, é possível
transformar talento em oportunidade real”, finaliza o secretário.
Foto: José Fernando Ogura/SECOM