Enfermeiros,
técnicos e auxiliares de enfermagem de todo o país participaram hoje (9) de
marcha na Esplanada dos Ministérios, reivindicando a aprovação do Projeto de
Lei (PL) 2295/00, que prevê a redução da jornada de trabalho para 30 horas
semanais.
A caminhada começou às 10h, em frente à Catedral de Brasília, e
reuniu, segundo a Policia Militar, cerca de 3 mil pessoas. Por causa da marcha,
houve lentidão de cerca de uma hora no trânsito.
O presidente do Sindicato de Enfermagem do Acre, Raimundo
Correia, destacou que a extensa jornada de trabalho tem causado sérios
problemas de saúde aos profissionais. “A gente vê, todos os dias, ser divulgado
na mídia o número de erros de enfermagem, mas ninguém ataca a causa desses
erros. E entendemos que esses erros são também consequência do estresse, das
horas trabalhadas pelos profissionais. A enfermagem, hoje, no Brasil está
doente.”
Técnica de enfermeira há 28 anos, Márcia Valéria ressaltou, que
além da grande jornada, o salário da categoria também não é favorável. “A
maioria dos profissionais tem mais de um emprego, porque o salário não é bom.
Se ganhássemos bem, não precisaríamos disso, ainda mais com essa jornada que
nos sobrecarrega. A gente cuida por amor ao ser humano.”
Ao chegar em frente ao Congresso Nacional, os manifestantes
concentraram-se no local, dizendo que aguardariam a audiência pública sobre os
problemas da área de enfermagem, prevista para esta tarde, no Auditório Nereu
Ramos, na Câmara dos Deputados. “Queremos sensibilizar os deputados para a
nossa causa, queremos lotar o auditório.”
Mesmo com o clima de chuva, os manifestantes disseram que
permaneceriam no local até o início da audiência pública na Câmara. “A chuva
não vai nos parar. Quem vem de todos os cantos do Brasil não pode ter medo da
chuva. Nosso medo é que continue essa enrolação com a enfermagem”, diziam os
participantes da marcha.