Com apoio de partidos e políticos, três dos cinco candidatos à presidência da OAB-DF enfrentam críticas de advogados que temem interferências externas na instituição
A disputa pela presidência da Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) está fervendo. Em busca de votos, os candidatos intensificam suas campanhas, promovendo reuniões, entrevistas e visitas aos profissionais das Subseções. No entanto, um fator decisivo tem atraído a atenção da classe: entre os cinco candidatos, apenas um não possui vínculos com partidos ou figuras políticas. Esse cenário causa desconforto entre advogados que prezam pela independência da OAB e criticam o envolvimento de padrinhos políticos.
Dos candidatos, o criminalista Cléber Lopes, apoiado pelos verdes, é apadrinhado pelo governador Ibaneis. Everardo Gueiros (Vevê), concorrente dos azuis, conta com o apoio de políticos da direita, incluindo declarações de boa sorte do ex-presidente Jair Bolsonaro em um vídeo recente. Vevê, inclusive, teria se comprometido a oferecer apoio político em 2026 caso vença. Karolyne Guimarães, também possue apadrinhamento de um partido político. Em contrapartida, Cris Damasceno e Paulo Maurício Siqueira (Poli), candidatos da situação, se destacam por não terem ligações políticas.
Nos bastidores, cresce o sentimento de que os advogados rejeitam qualquer ingerência política na OAB-DF. “Eles querem que a política entre na OAB. Isso não pode”, comentou um jurista respeitado. Para muitos, a Ordem deve permanecer como um baluarte da democracia, isenta de influências partidárias, fiel à sua missão de defender a Constituição e os direitos humanos, sem comprometimentos com agendas políticas.